A importância das privatizações no mercado brasileiro de energia elétrica

No passado, a maioria das concessionárias brasileiras de energia elétrica eram públicas. Hoje em dia, o que observamos é a presença de um pequeno grupo de companhias estatais. Apesar da expansão da participação privada no setor ainda ser um tabu no país, ela continua avançando a passos largos, melhorando a eficiência e a cobertura na prestação dos serviços e transformando completamente o mundo em que vivemos.

 Depois do boom das privatizações no Brasil, o modus operandi característico do sistema estatal tornou-se secundário e deu lugar a um novo modelo de negócios, liderado por americanos, chineses e europeus, que detêm, em sua maioria, o controle das concessionárias de energia elétrica. Consequentemente, o perfil do cliente mudou totalmente de um dia para o outro.

 Como o mercado brasileiro passou e continua passando por uma série de transformações, a discussão sobre a importância das privatizações no setor de energia elétrica é cada vez mais relevante. Apesar da concentração das concessionárias estar nas mãos de poucos grupos empresariais, o processo de desestatização faz com que as companhias fiquem mais atentas às exigências do mercado para não perderem vantagem competitiva.

 Hoje temos poucos e grandes grupos atuando no mercado de energia. Ao mesmo tempo em que esse cenário traz um risco maior, porque dá origem a diferentes ecossistemas no setor de energia elétrica, ele possibilita o aumento da produtividade, o crescimento econômico e a retomada da capacidade de investimento nos Estados.

O caminho em direção ao crescimento

As privatizações que aconteceram no mercado de energia elétrica aumentaram o nível de exigência em relação à qualidade dos produtos e serviços e levaram as empresas a fazerem uma série de adequações em seus modelos de negócio. Na Serta Transformadores, por exemplo, além de mudar a cultura organizacional, precisamos realizar uma série de investimentos que modificaram completamente nosso parque industrial.

 No passado, a única exigência para estarmos aptos a fornecer para as concessionárias, era que tivéssemos a certificação ISO 9001, atestado de capacidade técnica e a documentação e impostos em dia. No entanto, hoje, para vendermos nossos conjuntos e sistemas de medição de energia elétrica, precisamos implementar um programa de compliance e conquistar outras certificações, como ISO 14001, relacionada ao compromisso com o meio ambiente, e a ISO 45001, que foca a segurança do trabalho.

 Além das exigências serem maiores, as mudanças aconteceram muito rapidamente. Este novo cenário repleto de transformações tem sido um grande desafio e representa uma espécie de recomeço para diversas empresas. Nesse processo de readequação, é importante pensar na capacitação da companhia e da equipe de trabalho para que elas consigam continuar crescendo.

Os benefícios da privatização

De maneira geral, o principal benefício da privatização, em qualquer segmento, é a modernização do setor, algo que o governo não tem competência nem dinheiro para fazer. O Estado deve investir em saúde, educação e segurança, e o resto tem que ser desestatizado. A privatização contribui para a economia e o desenvolvimento do Brasil.

 Acredito que se o processo de privatização não tivesse acontecido, as companhias não teriam alcançado o patamar no qual elas se encontram hoje. Portanto o setor de energia elétrica estaria completamente parado. Com a expansão da participação privada, os investidores aplicam bilhões e impulsionam o mercado, levando as organizações a conquistarem recordes de produção e faturamento.

 Apesar de a concorrência ser maior atualmente, isso faz com que as companhias se empenhem cada vez mais para atingir seu melhor desempenho. Com o aumento de investimentos no setor, é possível observar um salto na qualidade do produto, no atendimento e nas instalações das empresas.

Hoje em dia, por exemplo, o foco dos grupos empresariais europeus do segmento de energia elétrica é a segurança do trabalho, mas no Brasil esse tema ainda não tem um apelo tão significativo. Por isso, as empresas que querem manter sua vantagem competitiva devem ficar atentas às demandas do mercado e fazer as adequações necessárias para atender os clientes da melhor maneira possível.

Desafios e oportunidades

Eu costumo dizer que a vida proporciona situações. Uma das mais importantes para mim foi quando o meu pai faleceu e eu tive que enfrentar um grande desafio pessoal e profissional. Como ele era o proprietário da Serta Transformadores e conhecia pessoalmente todos os nossos clientes e processos do mercado, começaram a surgir especulações que a empresa iria falir. Mas eu fiz questão de dar continuidade ao legado do meu pai e estabelecer o compromisso de aumentar ainda mais o crescimento da empresa.

 Foi um processo extremamente desafiador mostrar ao mercado de energia elétrica que eu também seria capaz de liderar a Serta Transformadores e transformá-la numa empresa ainda melhor do que era até então. Para isso, investi na qualificação e fortalecimento da minha equipe. Me capacitei também para que fôssemos caminhar juntos em direção ao crescimento e aprimoramento contínuo. Como já dizia o ditado popular, “se a vida te der limões, faça uma limonada”.

 O início da nova fase da companhia só foi possível porque lá atrás eu escolhi seguir em frente e dei continuidade ao trabalho do meu pai. Portanto, quando a vida apresentar uma situação para você, procure encará-la da melhor maneira possível e não deixe que ela interrompa a sua jornada de crescimento pessoal e profissional. Pode ter certeza de que vai valer a pena.

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